Preconceito, Discriminação e Segregação

Os preconceitos se baseiam em generalizações superficiais e depreciadoras do outro (em geral portador de características físicas e culturais diferentes e arbitrariamente consideradas inferiores); a tais generalizações a Sociologia denomina estereótipos.

Discriminação é uma atitude ou tratamento diferenciado em relação ao outro que pode levar à marginalização ou exclusão.

A discriminação e a segregação materializam as ideologias calcadas em preconceitos que refletem a hegemonia de um grupo e a subordinação de outro.

• Os preconceitos são normalmente difundidos, enraizados e renovados por meio dos mecanismos socializadores, e sua reprodução ao longo da história foi responsável pela cristalização de profundas desigualdades em diversas sociedades.

• Às vezes a discriminação é dissimulada, não ficando claro, nem mesmo para quem a sofre, que ela de fato existe - o que torna ainda mais difícil superá-la.



"A relação dos jovens com o lugar onde moram foi um dos motivos que os levaram a pensar na campanha contra o preconceito. Eles já perderam as contas de quantas vezes sofreram alguma discriminação quando disseram que moravam em favela. 'Nós ficamos sabendo de vários jovens que tentam estudar ou conseguir um emprego e são discriminados por causa do lugar onde vivem. Recentemente, eu sofri com isso. Quando a minha filha nasceu, a recepcionista da maternidade me olhou estranho quando disse que morava na Maré', relembra Michele Aldeia." 

SEQUEIRA, Renata. Pelo fim do preconceito. JovEMovimento. Disponível em: https://jovemovimentonacional.blogspot.com/2008/11/campanha-favela-eu-sou-daqui-no-viva.html . Acesso em: 04 de Março. 2020.

Segregação

• Segregar significa separar, isolar social e/ou espacialmente. Grupos que são alvo de preconceito, discriminados por não partilharem da cultura dominante, costumam ser segregados.

• Muitas vezes a segregação é institucionalizada por meio de políticas ou leis, que visam manter fora do foco da sociedade indivíduos ou grupos considerados indesejáveis. A concentração de moradores pobres em favelas e periferias é um exemplo da segregação que ocorre no meio urbano.

Imagem de 2011 do conjunto habitacional Cidade de Deus, que surgiu na década de 1960 como desdobramento das remoções de favelas localizadas no centro da cidade do Rio de Janeiro. 

Manifestação contra a ameaça de remoções em favelas do Rio de Janeiro realizada em 2010, em frente ao prédio da Prefeitura do município.

Raça, racismo e etnia: aspectos socioantropológicos

• O racismo pressupõe a existência de "raças" humanas e se utiliza da caracterização biogenética para explicar fenômenos sociais e culturais.

• Supõe ainda que existam "raças superiores" e "raças inferiores", considerando, portanto, "natural" que estas sejam subjugadas pelas primeiras.

• O racismo, portanto, é também uma ideologia. 8

• Teorias raciais e eugênicas

- Surgiram no final do século XIX e início do XX, tentando comprovar cientificamente a existência de "raças superiores e inferiores", recorrendo às ciências naturais e seus métodos à época (medições de crânio e nariz, por exemplo).

- Os chamados estudos antropométricos tentavam provar ser possível deduzir o comportamento e as aptidões de um indivíduo com base em suas características físicas. A medição do crânio é um exemplo da aplicação da antropometria.

Teorias eugênicas

•Pressupunham que cada "raça" possuía características próprias e que a miscigenação entre brancos, amarelos e negros resultaria na degeneração.

•Havia, entretanto, as que propunham que a miscigenação poderia ser uma opção de "melhorar" as características de um povo através da disseminação da genética do homem branco.

•Algumas políticas públicas se basearam nesses pressupostos. Um exemplo foi o incentivo à imigração de trabalhadores alemães e italianos para o Brasil à época da abolição da escravidão.

Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882)

Em seus estudos de eugenia defendeu que a miscigenação era inevitável, mas levaria à degeneração física, intelectual e moral da espécie humana. 

Cesare Lombroso (1835- 1909

Médico italiano, Lombroso defendia que criminosos apresentavam evidências físicas que possibilitavam classificar de antemão o comportamento transgressor. Chamadas por ele de estigmas, tais anomalias poderiam ser identificadas através da antropometria. 

Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906)

Médico e antropólogo brasileiro que, inspirado em teorias racistas como a de Lombroso, defendeu que os negros eram geneticamente mais propensos à criminalidade. 
© 2020 E-Sociologia. Professor Edísio Santana da Silva Júnior (Edísio Junior).
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora